MAIO AMARELO: mês é dedicado à conscientização no trânsito

Maio é reconhecido internacionalmente como o Mês da Conscientização no Trânsito, também conhecido como Maio Amarelo. Este mês é dedicado a ações que promovem a segurança viária e chamam a atenção para o alto índice de mortes e feridos em acidentes de trânsito em todo o mundo.

A Engenharia de Tráfego desempenha um papel fundamental na conscientização sobre segurança no trânsito, pois envolve o planejamento, projeto e operação de sistemas viários para garantir a movimentação segura e eficiente de pessoas e bens. Ela utiliza princípios técnicos e científicos para resolver problemas de fluxo de tráfego, congestionamento, segurança de pedestres e motoristas, e muito mais.

Entre as formas de atuação da Engenharia de Tráfego estão a análise de dados sobre acidentes, para identificar áreas de risco e desenvolver soluções; melhorias de infraestruturas, com projetos de trânsito e reorganização e redesenho de vias, faixas de pedestres, redutores de velocidade e sinalização; uso de tecnologias avançadas, como semáforos inteligentes e sistemas de monitoramento, para melhorar o fluxo de tráfego e a segurança; e orientação em campanhas educativas sobre leis de trânsito, sinais e comportamentos seguros.

Conheça alguns dos principais desafios enfrentados pela Engenharia de Tráfego:

  • Sobrecarga do espaço e fluxo do trânsito: com o aumento da população e do número de veículos, as cidades enfrentam o desafio de gerenciar o espaço limitado para acomodar um fluxo crescente de tráfego.

  • Aumento do índice de acidentes: a segurança é uma preocupação constante, e a Engenharia de Tráfego busca reduzir o número de acidentes através de melhorias no desenho viário e na sinalização.

  • Superlotação em transportes públicos: garantir que o transporte público seja capaz de atender à demanda crescente é essencial para uma mobilidade urbana eficiente.

  • Falta de vias específicas para ciclistas: a promoção de modos de transporte sustentáveis, como a bicicleta, requer a criação de infraestrutura adequada, como ciclovias seguras.

  • Infraestrutura de transportes em geral: a manutenção e expansão da infraestrutura existente, bem como a implementação de novas tecnologias, são fundamentais para melhorar a mobilidade urbana.

  • Poluição do meio ambiente: a Engenharia de Tráfego também enfrenta o desafio de desenvolver soluções que minimizem o impacto ambiental do sistema de transportes.

O Maio Amarelo nos lembra que cada indivíduo tem um papel a desempenhar na redução dos acidentes de trânsito e na preservação de vidas. Assim, o Crea-RJ, como Conselho Profissional dos engenheiros de tráfego, acredita que a conscientização seja um passo fundamental para a mudança de comportamento e estes profissionais podem ajudar a fornecer as ferramentas necessárias para tornar o ir e vir mais seguro para todos. Esses desafios exigem uma abordagem multidisciplinar, combinando planejamento urbano, tecnologia e políticas públicas para criar sistemas de tráfego que sejam seguros, eficientes e sustentáveis.

COMUNICADO IMPORTANTE: Certidão de Acervo Técnico

Em virtude do concurso da Caixa Econômica Federal, previsto no Edital 01/2024/NS, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (Crea-RJ) informa que houve um aumento de mais de 300% nos pedidos de Certidões de Acervo Técnico junto ao Conselho, nos últimos dias. Essa demanda excepcional resultou em dificuldades na liberação dos documentos. Entretanto, mais de 80% dos pedidos já foram atendidos pelo Crea-RJ, que está empenhado em responder a todas as solicitações o mais brevemente possível.

Além da enorme demanda – que surgiu por causa do concurso – esta gestão do Crea-RJ já constatou a defasagem tecnológica dos Sistemas de Informação da Autarquia. Com isso a área de Tecnologia da Informação já está planejando a evolução dos processos de tecnologia internos, visando alcançar maior disponibilidade, estabilidade e segurança das informações.

Em contrapartida, o Crea-RJ está oficiando a Caixa Econômica, solicitando a ampliação do prazo do edital do concurso e que a estatal aceite também o protocolo de solicitação de certidões, feito pelo candidato, para que o certame possa atender o maior número possível de profissionais.

Dia do Ferroviário e os 170 Anos de Ferrovias no Brasil

O Dia do Ferroviário é comemorado em 30 de abril. A escolha da data está ligada a um importante momento histórico brasileiro. Na mesma data, em 1854, a locomotiva "Baroneza" inaugurou a primeira ferrovia brasileira, ligando Guia de Pacobaíba, em Porto Mauá, a Fragoso, em Magé, na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro. A locomotiva possuía sete metros e meio de comprimento, 2,5 metros de largura e 3,40 de altura, pesando cerca de 17 toneladas. Possuía duas chaminés, um farol e dois estribos.

A viagem inaugural, que teve um percurso de 14,5 km e contou com a presença do Imperador Dom Pedro II, representou o início de uma jornada que ajudaria a moldar o Brasil. 

A estação de Fragoso foi escolhida como terminal após estudos do engenheiro inglês William Bagge. Por conta de sua proximidade da Raiz da Serra, era o local mais adequado para receber as mercadorias e embarcá-las nos trens que seguiam até o Porto de Mauá, onde eram transferidas para navios a vapor e exportados para vários países. A chegada da ferrovia à cidade de Petrópolis, transpondo a Serra do Mar, aconteceu somente 29 anos depois, em 1883. 

Inspirado por suas viagens à Europa, onde presenciou o desenvolvimento das ferrovias, Irineu Evangelista de Sousa, um importante industrial, banqueiro e político brasileiro - o Barão de Mauá, idealizou uma linha férrea que, inicialmente, transportaria a Família Imperial ao clima ameno de Petrópolis. A malha ferroviária rapidamente se expandiu, principalmente no Sudeste, para facilitar o escoamento da produção cafeeira da Região Serrana fluminense para o Porto do Rio, impulsionando a urbanização e a integração das regiões produtoras.

A ideia na prática

A construção da Estrada de Ferro Mauá enfrentou diversos desafios, desde a importação de materiais e locomotivas da Inglaterra até a necessidade de escavação de túneis e construção de pontes em terrenos acidentados da Serra dos Órgãos. Para financiar a obra, Mauá utilizou recursos próprios e contraiu empréstimos com bancos ingleses. A mão de obra era composta por cerca de 2 mil trabalhadores, divididos entre escravos, libertos e imigrantes europeus, principalmente alemães e italianos. As condições de trabalho eram precárias, com longas jornadas e altos índices de acidentes.

A ferrovia foi construída com tecnologia de ponta para a época, utilizando trilhos de bitola larga (1,676m) e locomotivas a vapor importadas inglesas. A linha férrea contava com 14,5 km de extensão, incluindo 4 túneis e 17 pontes, algumas com estruturas metálicas inovadoras para a época.

Breve histórico

Durante a República Velha (1889-1930), a expansão da malha ferroviária continuou, impulsionada pela política de "encilhamento". O governo concedia subsídios para a construção de ferrovias, visando a integrar o país e estimular o desenvolvimento econômico. Ferrovias como a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, construída em meio à selva amazônica, marcaram esse período.

Já durante a era Vargas (1930-1945), o Estado assume um papel central na economia e as ferrovias são nacionalizadas e integradas na Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA). O foco se volta para o transporte de cargas, impulsionando a industrialização e a integração nacional.

A partir da década de 1960, as ferrovias brasileiras entraram em declínio. A priorização do transporte rodoviário e a falta de investimentos públicos resultaram na descapitalização e sucateamento da malha ferroviária. Nos últimos anos, o financiamento da recuperação das ferrovias brasileiras tem marcado o debate sobre o transporte e o desenvolvimento nacional. Novas tecnologias e investimentos em infraestrutura visam a modernizar o setor e aumentar sua eficiência.

O papel da Engenharia 

O desenvolvimento das ferrovias no Brasil está diretamente ligado às áreas abrangidas pelo Sistema Confea/Crea e Mútua.  Desde a idealização e planejamento até a construção e operação, os profissionais dessas áreas tiveram papel preponderante para a implementação desse modal no país.

No século XIX, a infraestrutura de locomoção pela vasta extensão territorial brasileira era precária. Para a implantação das ferrovias, foi necessário superar desafios geográficos, por meio de mapeamento e topografia, já que conhecer o terreno era essencial para definir o traçado ideal das ferrovias, levando em conta fatores como declives, cursos d'água e obstáculos naturais. Além disso, a construção de pontes, túneis para transpor rios, montanhas e outras barreiras naturais e a terraplenagem e os cortes de terra para a instalação dos trilhos foram fundamentais para a viabilidade das ferrovias. Da mesma forma, as condições climáticas do Brasil, como chuvas intensas e temperaturas elevadas, e planejamento dos traçados em território tão específico exigiram soluções inovadoras para garantir sua segurança e a durabilidade.

Crea-RJ comemora e alerta

Desde o século XIX, engenheiros dedicaram seu talento e conhecimento para a concepção, planejamento e construção das ferrovias, conectando cidades, estados e regiões, encurtando distâncias e impulsionando o transporte de pessoas e mercadorias. Esse modal desempenhou um papel crucial no fortalecimento da economia, na expansão do comércio e na formação de um país cada vez mais integrado.

Na celebração dos 170 anos, o Crea-RJ parabeniza todos os Engenheiros Ferroviários que, ao longo da história, contribuíram para o desenvolvimento das ferrovias no Brasil. Que esse possa ser um momento de reflexão sobre a importância de valorizar e incentivar investimentos nesse significativo meio de transporte para o progresso e a unificação do país.

Aenfer mobiliza setor nos 170 anos

A Associação de Engenheiros Ferroviários – Aenfer e o Trem do Corcovado, em parceria com a Abifer, realizarão eventos para comemorar os 170 anos da Primeira Ferrovia do Brasil, dia 30 de abril, às 10 horas, na sede da Aenfer e dia 10 de maio, no Centro Cultural do Trem do Corcovado.

Na ocasião, os convidados conhecerão um pouco da história, contada pelo vice-presidente da Aenfer, engenheiro Helio Suêvo. Também haverá a apresentação do Coral “Som Bonde Carioca”, o lançamento de selo comemorativo e o descerramento de uma placa em alusão aos 170 anos de ferrovias no Brasil.

Além dessa programação, a Aenfer juntou-se às empresas Supervia, Metrô, VLT e Central (Bonde de Santa Teresa) para promover um apitaço, onde os maquinistas irão apitar os trens no mesmo horário, às 13 horas.

Crea-RJ já começou a fiscalizar exercício legal da profissão no show da Madonna

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (Crea-RJ) já começou a fiscalizar o exercício da profissão de engenheiro no show da Madonna, que deverá reunir cerca de um milhão de pessoas no próximo dia 4, em Copacabana. Fiscais do Crea estiveram na semana passada no local do megaevento e enviaram ofício aos organizadores, pedindo os nomes dos engenheiros e das empresas prestadoras de serviço.

– É importante ressaltar que o trabalho de fiscalização do Crea tem a função principal de garantir o exercício legal da profissão. Com isso, rastreamos os responsáveis técnicos por todo tipo de serviço executado por eles no evento – observa o superintendente técnico do Crea-RJ, o engenheiro Leonardo Dutra.

Dutra lembrou que na próxima terça-feira, dia 30, fiscais do Crea-RJ, do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio (CAU/RJ) e do Conselho Regional dos Técnicos Industriais (CRT) vão ao local do megaevento fiscalizar o exercício legal da profissão de cada conselho. É a primeira vez que acontece uma fiscalização em conjunto, o que é resultado de uma parceria também inédita firmada pelos presidentes dos três conselhos. 

– Esse trabalho em conjunto dá maior agilidade e rapidez na apuração se há responsável técnico por uma atividade e qual o conselho ao qual esse profissional pertence – explica Leonardo Dutra.

Na atual gestão do presidente do Crea-RJ, o engenheiro Miguel Fernández, foi criado um grupo de trabalho para a fiscalização de megaeventos, com o objetivo de coibir o exercício ilegal das profissões ligadas ao conselho por leigos, fato que ainda hoje acontece. Esta ação tem o objetivo de proteger preventivamente o público usuário de equipamentos culturais e de entretenimento, na medida em que se garante que apenas profissionais e empresas habilitadas atuem nessas atividades. A experiência já foi bem-sucedida no desfile das escolas de samba do carnaval deste ano, quando fiscais do Crea-RJ montaram uma base no Sambódromo, e puderam acompanhar de perto a execução dos serviços por 300 engenheiros de cerca de cem empresas.  No carnaval, o Crea atuou em conjunto com o CAU.

Fiscais do Crea-RJ começam a debater propostas para atualização do manual de fiscalização

Grupo de fiscais se reúne na sede do Crea-RJ para discutir a atualização do manual de fiscalização

Grupo de fiscais se reúne na sede do Crea-RJ para discutir a atualização do manual de fiscalização

Um grupo de fiscais das regiões Metropolitana 1 (Rio de Janeiro e Zona Oeste da cidade) e Serrana se reuniu na quinta-feira, dia 25, no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (Crea-RJ) com o objetivo de discutir propostas para a atualização do Manual de Fiscalização do Conselho.

– Com a chegada dos novos colegas, agentes de fiscalização, nós temos dois aqui hoje, na supervisão, nós sentimos a necessidade de atualizarmos nosso manual de fiscalização, que foi lançado em 2001. Então nós chamamos os colegas da Região Serrana para vir participar dessa segunda reunião da discussão do Manual – explicou o fiscal Alex José Ferreira, que é Supervisor da Supervisão de Fiscalização Metropolitana I e Serrana.

Há 38 anos no Crea, Alex atuou na investigação do caso do desabamento do Edifício Palace II, ocorrido em 1998. Na ocasião, Alex José descobriu quem era o calculista da obra, que acabou sendo um dos responsáveis pela tragédia. Ele obteve essa informação porque havia feito uma fiscalização na obra.

A reunião dos fiscais, ocorrida na sede do Crea-RJ, no Centro do Rio, é apenas uma das várias que ainda vão ocorrer. O objetivo do debate é apresentar à Gerência de Fiscalização propostas de atualização dos normativos e de padronização da abordagem, além das formas de fiscalizar cada área da engenharia e agronomia. Com cerca de 50 fiscais, o setor de fiscalização tem como foco principal o exercício ilegal da profissão. O Manual de Fiscalização do Crea, com 129 páginas, não é atualizado desde 2001.

O gerente da fiscalização do Crea, Cosme Luiz Chiniara Junior, destacou a importância da iniciativa de se atualizar o Manual da Fiscalização:

– É uma excelente oportunidade de debater os assuntos ligados à fiscalização, trazendo melhorias e inovações com foco na qualidade do serviço realizado – afirmou Cosme.

O número de autos de infração registrados pela fiscalização passou de 3.143 em 2022 para 3.269 no ano passado. O número de denúncias de irregularidades no exercício profissional também subiu, de 2.302 em 2022 para 3.470 no ano passado – um aumento de 51%. A apuração das denúncias também aumentou, passando de 2.256 (2022) para 3.422 no ano passado.

No cumprimento da legislação que regula o exercício das profissões relacionadas à Engenharia, Agronomia, Geologia, Geografia e Meteorologia, é por meio da fiscalização que o Crea-RJ verifica se as obras e serviços estão sendo conduzidas tecnicamente por profissionais e empresas legalmente habilitados. Ao responsável técnico cabe exercer a sua profissão em observância aos princípios éticos, tecnológicos e ambientais compatíveis com as necessidades da sociedade.

Ao fiscalizar as obras e os serviços técnicos relacionados às diversas profissões libgadas ao Sistema Confea/Crea, o Crea-RJ busca também salvaguardar a sociedade de possíveis danos que possam vir a ocorrer a pessoas e a bens por ocasião de sua execução. A legislação que rege a fiscalização das profissões estabelece que somente os profissionais habilitados podem executar obras e serviços de Engenharia, Agronomia, Geologia, Geografia e Meteorologia. Esses profissionais estão aptos a oferecer à sociedade um acompanhamento idôneo e tecnicamente correto.

SERVIÇO SOBRE A FISCALIZAÇÃO

ART na obra/serviço
Uma via ou cópia da ART deve, obrigatoriamente, permanecer na obra/serviço, enquanto esta durar. O objetivo é identificar o responsável técnico do empreendimento, evitando autuações por parte do Crea-RJ.

Placa na obra/serviço
A fixação da placa na obra/serviço, mais que uma exigência legal (art. 16 da Lei nº 5.194, de 1966), é um bom instrumento de divulgação do profissional e/ou empresa responsável pela execução ou pela elaboração dos projetos.

A placa também serve para informar à sociedade sobre a atuação de profissionais habilitados no empreendimento.

A placa da obra/serviço deve ser visível e legível ao público e conter as seguintes informações:

  • Nome do autor e/ou co-autor do projeto e do responsável técnico pela execução da obra, instalação ou serviço;

  • Título, número do registro e/ou do visto do profissional no Crea-RJ;

  • Atividade técnica pela qual o profissional é responsável;

  • Nome da empresa executora da obra, instalação ou serviço, se houver, com a indicação do respectivo número do registro ou visto no Crea-RJ.

Conheça os lagos atmosféricos

Em tempos de mudanças climáticas extremas, é interessante conhecer e entender o que são os lagos atmosféricos. Essas vastas reservas de vapor de água, suspensas em altitudes elevadas, podem gerar chuvas torrenciais, inundações repentinas e diversos outros impactos socioambientais. Compreender os mecanismos, prever sua trajetória e minimizar seus efeitos é importante para a segurança da população e a gestão eficaz dos recursos hídricos.

Rios voadores

Também conhecidos como rios voadores ou rios no céu, os lagos atmosféricos são sistemas complexos formados por grandes concentrações de vapor de água em altitudes elevadas, geralmente acima de cinco mil metros. Essas reservas de água podem ter centenas ou milhares de quilômetros de extensão e transportar volumes consideráveis de água, equivalentes a um rio caudaloso.

A formação dos lagos atmosféricos está relacionada a diversos fatores, incluindo a convergência de ventos úmidos e quentes de diferentes regiões da atmosfera, a presença de montanhas e cordilheiras que forçam a elevação do ar úmido, favorecendo a condensação do vapor e a influência da circulação atmosférica global, incluindo sistemas de alta e baixa pressão.

Impactos positivos e negativos

Os lagos atmosféricos podem trazer diversos impactos, tanto positivos quanto negativos. Em algumas regiões, podem desencadear chuvas torrenciais e inundações repentinas, causando danos materiais, perdas agrícolas e até mesmo mortes. 

Em outras regiões, podem contribuir para o aumento da disponibilidade hídrica, especialmente em áreas áridas e semiáridas, e influenciar o clima regional, impactando a temperatura, a umidade e a pluviosidade.

 

No Brasil

Embora os estudos específicos sobre lagos atmosféricos no Brasil sejam limitados em comparação com outras regiões do mundo, sabe-se que o país experimenta fenômenos atmosféricos semelhantes, especialmente nas regiões costeiras e na Amazônia.

Nas regiões litorâneas do Brasil, como a costa leste e nordeste, as condições climáticas e a topografia propiciam a formação de lagos atmosféricos. A convergência de ventos úmidos do Oceano Atlântico com massas de ar quente e a presença de serras e montanhas ao longo da costa podem favorecer a condensação do vapor da água e a formação desses lagos. Já na Amazônia, a evapotranspiração intensa da floresta tropical contribui para a umidade atmosférica regional. A convergência de massas de ar úmido, combinada com o relevo montanhoso da região, pode levar à formação de lagos atmosféricos que transportam umidade para áreas remotas do interior.

Assim como em outras partes do mundo, os lagos atmosféricos no Brasil podem ter impactos significativos no clima regional, influenciando os padrões de chuva, a temperatura e a umidade do ar. Além disso, esses fenômenos podem contribuir para a ocorrência de eventos extremos, como chuvas intensas e inundações, mas também podem fornecer umidade essencial para ecossistemas locais e atividades agrícolas.

Desafios

Prever a trajetória e a intensidade dos lagos atmosféricos é um desafio para a ciência climática. Diversos modelos numéricos e técnicas de monitoramento estão sendo desenvolvidos para aprimorar a previsão desses eventos e minimizar seus impactos, incluindo modelos numéricos que simulam a dinâmica da atmosfera, monitoramento por satélite para observar a presença e evolução dos lagos, e redes de observação que monitoram parâmetros atmosféricos essenciais.

Embora a ciência climática esteja avançando na compreensão dos lagos atmosféricos, diversos desafios ainda precisam ser superados, como o aprimoramento dos modelos de previsão, a melhoria da comunicação e do alerta para a população, o investimento em infraestrutura resiliente e a cooperação internacional para compartilhamento de dados e conhecimentos.

Os lagos atmosféricos desempenham um papel importante no ciclo hidrológico e climático do Brasil e no mundo, afetando as condições meteorológicas e a disponibilidade de água em diferentes regiões do país. O estudo e monitoramento desses fenômenos são essenciais para uma gestão eficaz dos recursos hídricos e a adaptação às mudanças climáticas.

O Crea-RJ é o Conselho profissional dos meteorologistas, profissionais que trabalham para entender e prever os caminhos do tempo e do clima e valoriza a importância vital desta ciência e seu conhecimento para a preservação do planeta e para a continuação da vida!